sexta-feira, 29 de julho de 2011

Roger Agnelli versus Luis Inácio

Nos últimos anos da era do Presidente Luís Inácio no Planalto vimos que ele atacou frontalmente o então Presidente da mineradora Vale, Roger Agnelli, publicamente. As razões estavam em discordância de políticas adotadas pela Vale ao demitir mais de 1500 trabalhadores no Brasil, na crise de 2008, e fechar algumas unidades no sul do país.

De um lado o executivo defendia os interesses dos acionistas, entre eles o Bradesco (de onde o mesmo saiu e foi indicado), do outro as políticas públicas do governo federal - ao fomentar um Brasil em  primeiro plano, a ex.: o investimento no Brasil de uma siderúrgica para fabricação de chapas de aço, em vez de apenas exportar o minério na forma bruta (gerando emprego e agregando valor as riquezas minerais do nosso país).

Ocorreu um impasse capitalista versos socialista, de um lado uma empresa privada nacional que quer diminuir custos e aumentar os lucros, do outro um governo que espera investimentos no país e incentivo ao mercado fornecedor interno. Lula revitalizou a indústria naval nacional e esperava que na compra de dois super cargueiros a Vale os contratasse aqui mesmo e não em Singapura, como o fizeram. Mas, como custavam menos lá foi lá que optaram. No final desse embate, por uma questão política, manda mais quem tem mais poder (no caso o governo tem), Roger Agnelli caiu da presidência da empresa.

Agnelli é liberal, tucano (PSDB), e vê o mundo pela ótica da competição. Acredita que todos podem ganhar mais num ambiente competitivo de melhoria constante onde quem sobe é quem merece mais por se esforçar mais, estudar mais, trabalhar mais, etc. É uma visão por muitos correta, não na nossa! Se a política no Brasil tivesse continuado pelas regras de FHC hoje não teríamos os investimentos que temos na Petrobras, Eletrobras, Vale, e tantas outras.

Uma economia emergente tem que se proteger por algumas décadas para aí então se abrir a competitividade global, foi esse o modelo adotado por todos os países de primeiro mundo. Como as empresas brasileiras poderão competir com as empresas de Singapura, se lá não se tem direitos trabalhistas?! As empresas maiores e que tem poder não podem desprezar uma política nacional, mesmo que isso signifique maiores custos. Esse é o preço histórico por um modêlo de desenvolvimento de longo prazo.

Que os interesses dos acionistas que esperem, o povo brasileiro já está a muito tempo esperando que esse país seja o país do presente e não só do futuro.

O lucro das grandes empresas deve ter uma função nacional e não esborratar os cofres dos bilionários que não sabem mais o que fazem com tanto dinheiro. Sem falar que compraram a Vale por uma ninharia e subsidiado pelo BNDES. Patrimônio do povo brasileiro que foi entregue a interesses das elites deste país de desigualdade.

FORA FHC, FORA SERRA, FORA ROGER AGNELLI!

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