quinta-feira, 10 de junho de 2010

Avante: Venezuela responde à crise capitalista e avança



A quebra do PIB e o desemprego na Venezuela estão sendo usados pelo grande capital nacional e estrangeiro para denegrir os avanços alcançados pelas políticas do governo bolivariano. A realidade dos fatos é, porém, distinta da difundida pelos média dominantes, como frisaram os responsáveis do País.


Quanto à taxa de desemprego na Venezuela, em abril fixou-se nos 8,2% como resultado das políticas levadas a cabo pelo governo de Hugo Chávez, considerou o presidente do Instituto Nacional de Estatística, Elías Eljuri.

Na apreciação dos dados, o responsável sustentou que o número de desempregados diminuiu face ao anterior mês de abril (menos 0,5 por cento). Considerando a atual situação de crise mundial e tendo em conta que entre 1999 e 2010 ingressaram no «mercado de trabalho» mais de três milhões de pessoas, tal desempenho representa uma grande vitória da revolução bolivariana, acrescentou.

Em 1999, antes da eleição de Chávez para a presidência da República, referiu Eljuri, o desemprego era de 14,6%, atingindo um pico máximo de 19,1% durante a sabotagem petrolífera movida pela burguesia em 2003. Desde então, continuou, a taxa diminuiu sempre até abril do ano passado, como fruto das políticas patrióticas e a serviço dos interesses populares seguidas, registrando, no atual contexto de crise capitalista mundial, uma ligeira subida.

Outro fator destacado pelo máximo responsável do INE venezuelano foi a consolidação do emprego de qualidade no país. Durante os 11 anos de governo do presidente Chávez, o total de trabalhadores com vínculos e garantias laborais cresceu de 49% em 1999 para 56,7% em 2010. Quanto ao emprego informal, disse, diminuiu de 51 para 43,3% no mesmo período, sendo que nesta categoria, independentemente do tipo de contrato, enquadram-se todas as empresas com cinco trabalhadores ou menos.

Crescimento econômico

«Apesar de tudo não saímos do capitalismo: estamos em trânsito para o socialismo», começou por sublinhar Chávez ao intervir sobre os mais recentes dados que dão conta de uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) na Venezuela, desaceleração aproveitada pela burguesia para criticar o governo bolivariano.

Para Chávez, o que a burguesia pretende ocultar é, por exemplo, que em 11 anos e em resultado da nacionalização da exploração pública dos recursos naturais, a pobreza caiu de 70% para 23,8%. Antes da revolução bolivariana, sublinhou Chávez, nunca o PIB havia subido mais que 4%. Nos últimos seis anos, a taxa média de crescimento do PIB foi de 7,8%, crescimento só superado pelo da China.

Mais, referiu o presidente venezuelano em declarações recentes, se o crescimento do PIB for calculado em dólares, então terminamos 2009 com mais de 300 bilhões de dólares, isto é, um crescimento de mais de 300% face a 1999, quando o produto pouco passava os 90 bilhões.

O que a burguesia mistifica, insistiu, é que a aceleração da inflação registrada agora é incomparavelmente menor que a registrada antes do início do processo de transformações políticas, econômicas e sociais em curso.

Aquele índice chegou a superar os 100% e, em média, era de 53%, quando atualmente não alcança os 23 por cento.

Para mais, sublinhou ainda o presidente venezuelano, de fora das estatísticas ficam programas como os de distribuição de alimentos ou a venda de gêneros a preços populares, bem como a queda do preço do cimento ou das tarifas telefônicas em consequência da recuperação de empresas privatizadas.

A queda do PIB, explicou, tem na sua base a redução da produção de petróleo decidida no âmbito da OPEP, a descida do preço do «ouro negro» no mercado mundial e a seca, que obrigou a redução da produção de energia elétrica.

Desmontar o poder da burguesia

No atual contexto de crise capitalista, o governo da Venezuela, empenhado na consolidação do processo antiimperialista e soberano e em abrir caminhos que permitam perspectivar a construção do socialismo, afirma como um dos seus principais objetivos retirar à burguesia a propriedade que sustenta o seu poder, nomeadamente a posse de grandes extensões de terra, o controle de monopólios na produção e distribuição, e o domínio dos setores financeiro e do comércio externo.

«Sobre estas ruínas devemos construir o socialismo. Uma terra produtiva e uma indústria ao serviço do povo. O desenvolvimento integral e o desenvolvimento humano», disse, aduzindo igualmente que um dos primeiros passos é intensificar a cultura da terra e, desta maneira, alcançar a soberania alimentar.

A questão da capacidade de produção e distribuição de gêneros alimentares é, neste momento, premente no país, dadas as manobras contra-revolucionárias da burguesia quer através do açambarcamento de produtos, quer do desrespeito à legislação sobre preços, quer ainda através da especulação sobre as trocas comerciais e as importações, o rebaixamento da capacidade produtiva ou o desvio de bens para o mercado paralelo vendendo-os a valores exorbitantes.

Uma das medidas de sucesso tomadas pelo executivo bolivariano em resposta à reação da burguesia é a intervenção em empresas ligadas ao setor alimentar. A Diana, por exemplo, nacionalizada em 2008, aumentou substancialmente a sua produção, nomeadamente em bens essenciais como o azeite, a manteiga e o sabão. De 800 toneladas por mês quando era propriedade privada, a empresa, fruto da passagem à propriedade social, passou a produzir 4750 toneladas. Parte dos produtos acabam nas redes de distribuição Mercal, Pdval e Comerso, cujo objetivo é o fornecimento de gêneros a preços populares.

Mas, para além do impulso da produção, a Diana também contribuiu fortemente para a criação de postos de trabalho. De 420 trabalhadores, passou a contar com 580, os quais contam com todos os benefícios laborais nunca garantidos pelo anterior proprietário.

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