terça-feira, 2 de agosto de 2011

Desvendando um serial killer

Phillipe Giovanni

Acontecimentos envolvendo as-sassinos seriais tem ido muito mais além de tudo aquilo que é apresentado no cinema. Sujeitos inteligentes, deficientes de empatia, que matam sem motivo aparente e sem remorso não costumam usar máscaras, muito menos deixar claro quem será a próxima vítima. É exatamente assim que elas são enganadas, pois embora exista uma conjugação de fatores que agregados podem contribuir para um comportamento violento do agente, eles não são exteriorizados de forma permanente, o que acaba por contribuir com a ação.

O termo serial killer teve origem nos anos 70 através de Robert Ressler, um agente aposentado do FBI que fazia parte Behavioral Sciences Unit - BSU (Unidade de ciência comportamental pertencente ao FBI) que estudava e inclusive entrevistava alguns desses assassinos.

Fiorelli e Mangini em sua brilhante obra nos lembram que casos como o de canibalismo podem indicar psicose e não psicopatia. Os serial killers psicóticos vivem em outra realidade, e por estarem no auge da anormalidade necessitam de um acompanhamento psiquiátrico, pois não conseguem distinguir seus atos.
Surge então a medida de segurança com a idéia de proporcionar ao transtornado mental um tratamento diferente, visando precipuamente preservar a sociedade da ação de delinqüentes temíveis e de recuperá-los com tratamento curativo. Para especialistas, transtornos mentais só levam o sujeito a atingir um alto grau de violência quando não são tratados como e quando devem.
Um dos grandes temores é que após um determinado período de tratamento o indivíduo seja dado como curado e seja liberado, o que o levaria a novas práticas criminosas.

Um serial killer psicopata, por sua vez, se enquadra mais especificamente no grupo dos assassinos seriais organizados, justamente pela sua capacidade de manipulação, narcisismo, vigarice, charme, sensi-bilidade artificial, etc. Não significa dizer, contudo, que todo serial killer seja um psicopata como alguns colocam, da mesma forma que nem todo psicopata é um criminoso. É o que Paul Babiack chama de psicopatia subcriminal. 

O assassino serial psicopata permanece com a sua capacidade de manipulação até mesmo quando preso. Comportamentos forjados podem lhe atribuir benefícios que o levaria de volta ao convívio social, como a liberdade condicional. Para Hilda Morana, Michael Stone e Elias Abdalla-Filho, o serial killer é um inimigo irremediável para as pessoas, e a separação permanente da comunidade pela via da prisão parece ser a única alternativa prudente. 

O japonês Tsutomu Miyazaki conhecido como o "monstro de Saitama" foi condenado por crimes nos anos 80 e enforcado em 2008, apesar do pedido de clemência dos advogados que alegaram alienação mental no seu cliente. Outros sequer passam por uma avaliação prévia. Exemplo típico é o caso da família norte-americana Bender, onde pai, mãe, filho e filha formavam uma família serial. Sua filha Kate Bender dizia ser curandeira e atraia seus clien-tes que eram mortos a marteladas. Mais de 10 corpos foram encontrados enterrados no jardim da propriedade dos Benders que fugiram antes de serem capturados. Até hoje o paradeiro dos Benders é um mistério. 

Casos como o dos Benders de fato é muito raro, pois foge das características comuns de um assassino serial. Os Wests também fugiam a essa regra, e em 1994 a polícia se surpreendeu quando começou a escavar o terreno onde ficava a residência dos West, que mais tarde se chamaria "A casa dos horrores". Em suas práticas criminosas, Frederick e Rose West não pouparam nem Heather, uma de suas filhas. Só após aproximadamente 25 anos em ação o casal foi finalmente preso e em 1995 Rose foi condenada à prisão perpétua por 10 assassinatos. Fred se suicidou no início 1995, e não chegou a ser julgado. 

Já o americano Jeffrey Dahmer (1960-1994) foi preso acusado de necrofilia, canibalismo e vários as-sassinatos, mas talvez o que mais tenha chamado a atenção nesse serial killer tenha sido a lobotomia usada por ele para tentar transformar suas vítimas em zumbis e, conseqüentemente, escravos sexuais.

Não é demais ressaltar que grande parte desses criminosos seriais são psicopatas, ou ainda, aproxi-madamente 4% da população mundial possuem algum grau de psicopatia, sendo a maioria apenas "socialmente perniciosos'', muito embora tenham um relacionamento social normal. Já dizia Ted Bundy (1946-1989): "Nós serial Killers, somos seus filhos, nós somos seus maridos, nós estamos em toda parte".
 
Phillipe Giovanni Rocha Martins da Sivla
Estudante de Direito.

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