Observando no dia de ontem, 03 de Setembro de 2011, a festa do Carnaxelita aqui na cidade de Currais Novos, levantei alguns pensamentos sobre a questão social do nosso país. Dentro dos blocos, devidamente trajados com seus abadas, as pessoas que tiveram a oportunidade de comprá-los e participarem diretamente da festa. Tradicionalmente, a festa aqui sempre teve dois blocos, um custa R$120,00 e o outro R$30,00, os respectivos abadas. E quem não gosta, pode assistir dos camarotes, a uma quantia de R$50,00. E quem não pode pagar por nenhuma dessas formas, tem a opção de brincar fora dos blocos, a chamada pipoca.
Pois bem! Até agora, nada disso tem haver com capitalismo e socialismo, aparentemente. Mas, no fundo tem tudo haver. Estávamos na pipoca e passei a observar as pessoas a minha volta: pessoas pobres, trabalhadoras, com baixa formação educacional, com grande carga de sofrimento expresso nos seus rostos pelas marcas deixadas pelo trabalho e pela vida. Todos se divertindo, na inocência de sua própria situação marginalizada injustamente.
A sociedade se organiza em certa medida como em castas, onde as pessoas tentam se identificar ou serem reconhecidas ou menos humilhadas no grupo. Me atentei a ver, que o bloco com menor preço estava praticamente vazio, apesar da atração do preço e da boa música tocada, ninguém se interessou. E por que? Dentro do bloco mais caro tinha bem mais pessoas, e algumas destas pobres também (grande maioria), mas que sei que demandaram um esforço descomunal para estarem ali, muitas vezes sobre pena de deixarem de pagar contas mais importantes como uma mensalidade escolar, ou conta de luz. Aí me perguntei: que país é esse onde as pessoas que trabalham e fazem girar a roda da economia são os mais humilhados, debochados, marginalizados e ainda vêem a uma festa de rua particular e ficam do lado de fora (como disse Cazuza, só estacionando os carros), mas ainda felizes? Será que as pessoas não conseguem enxergar a miséria que esse sistema elitista capitalista miserável e excludente provoca na sociedade, onde os pobre sendo a maioria da população não se revoltam e dizem um basta a toda a essa miséria de vida excluída?!
Nesse capitalismo selvagem, que é cada um por si e Deus contra todos, onde os trabalhadores ficam de fora das cordas, ou apenas segurando-as para que a classe mais favorecida permaneça a gozar da vida, não existe condições para sua continuidade. Só pode estar fadado ao fracasso, no dia que as pessoas que trabalham e mesmo assim não podem com seus míseros R$545,00 manter a menor condição humana de vida, acordarem e perceberem que elas é que deveriam estar sim nas melhores posições ou que pelo menos em condições iguais de vida e divertimentos, e se revoltarem e fizerem uso de uma política revolucionária pelas armas ou por greves gerais que reinvidiquem melhores condições reais de vida em sociedade.
Que trabalho é esse onde o trabalhador fica do lado de fora? Que vida é essa onde não temos o direito a educação, a cultura, ao lazer? Onde trabalhamos o ano inteiro e não temos condições de saúde, salubridade e garantias de que quando doentes terão um serviço mínimo de assistência médica?
Quem criou o capitalismo o fez pensando numa minoria (~ 10% da população) que tem uma vida mantida pelo trabalho e sofrimento dos demais e no esgotamento das riquezas naturais. Isso não tem nada de justiça! É dessavadamente injusto. E na minha opinião, justifica a população se revoltar, seja em grupo ou individualmente.
Viva o socialismo teórico, viva Cuba, viva Fidel Castro! Morte a política exploratória das multinacionais, a política económica do Banco Central do Brasil.
E aos zumbis trabalhadores do Brasil: REVOLUÇÃO!!!
Ontem fomos brincar com yasmin um pouco na praça e resolvemos ficar pra ver os blocos passarem, realmente as pessoas não se tocam do jogo existente... da exclusão, de como são manipuladas (se assim posso falar), como vc diz: "Que trabalho é esse onde o trabalhador fica do lado de fora? Que vida é essa onde não temos o direito a educação, a cultura, ao lazer?" Fico observando os nossos muitos deveres e os poucos direitos...
ResponderExcluirA grande maioria da população, esta mesma, que dar, muito mais do que recebe, está entorpecida pela ilusão do consumismo enfêmero, e assim não conseguem enxergar o estado de miséria no qual se encontra.
ResponderExcluir"Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz"